Olhei para trás
e vi-te fugir.
Na ausência e na distância
ò minha terra natal,
choro por ti - infância.
Do mercado chinês,
da igreja da sé,
de santa Rosa de Lima,
e da penha, lá em cima.
Do Jardim de Cãmoes,
do jardim Low ly miok,
do grande Hotel lisboa,
das Ruinas de São Paulo,
e daquela comida boa...
Tudo em mim é saudade,
daquela terra desaparecida,
que me viu e fez crescer.
tudo em mim é saudade
daquelas praias onde corri
- acsá e coloan -
daquele mar que partilhei,
daquele céu indefinido
onde em criança tanto sonhei.
Macau dos anos 80
só exite na minha memória,
porque tendo lá voltado,
só descobri resquicios da história...
Chorei!
Chorei muito de frustração
porque não encontrei
a terra que me viu nascer,
que me deixou partir
sem um adeus me dizer.
A terra que na minha ausência
cresceu e se transformou,
que se esqueceu da minha existência
que o passado nela esfumou!
Entre grandes caminhas
procurei, faminta,
os lugares de outrora,
então cansada e desiludida,
descobri que o meu Macau
não é o Macau de agora.
Na ausência e na distância
ò terra da minha infancia,
olhei para trás e vi-te fugir.
O barco, no mar,afastava-se
e o meu coração agastava-se!
Foste desaparecendo no horizonte
até que te perdi para sempre,
ainda tentei um último olhar,
mas não te consegui encontrar!
A-MA-GAU
Sem comentários:
Enviar um comentário